sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Fome no mundo. Será que desta vez Portugal também vai sofrer?

Texto enviao pelo meu amigo Viper168 que aborda um tema que considerei de vital importância começar a ser discutido

As imagens de crianças esqueléticas, de grandes olhos esbugalhados, antevendo o fim que as espera está há algum tempo arredado das nossas televisões e boletins noticiosos, mas na realidade a fome no mundo existe, é cada vez maior e, salvo melhor opinião, o pior ainda está para vir.

Não pretendo ser um profeta da desgraça, mas têm surgido nos últimos dias notícias perturbadoras sobre o tema. Manifestações, em países de vários continentes, contra a falta de alimentos e a escalada dos preços dos produtos básicos de alimentação para milhões e milhões de pessoas são de facto perturbadores.

Segundo um relatório das Nações Unidas, em algumas regiões, principalmente de África, parte da população tem, neste momento, um consumo diário de apenas 57 centavos de dólares, enquanto, por exemplo, um cidadão suíço gasta por dia cerca de 62 dólares. Nos anos 80 cerca de 56% da população africana vivia com menos de 1 dólar, hoje este valor ascendeu a 65%. Meus caros, a pobreza está a aumentar, em vez de diminuir, e associado a este flagelo a fome aumenta também.

De acordo com o senhor Jacques Diouf, Director Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO – cerca de 815 milhões de pessoas em todo o mundo são vitimas de subnutrição, a maior parte das quais são mulheres e crianças de países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.
O senhor Jacques Diouf alertou ainda para as enormes tensões sociais que existem neste momento, e que irão aumentar exponencialmente, devido à dificuldade de conseguir comida crescer da mesma forma. Este foi um dos vários avisos que se tem assistido ao longo das últimas semanas.

Foi publicado na comunicação social escrita portuguesa que existe a possibilidade de os preços dos alimentos subirem, em média, 40%. Tendo em consideração que a maior parte das famílias portuguesas não vide de forma desafogada, parece lógico que muitos portugueses irão sentir directamente na pele – ou melhor na barriga – esta subida dos preços.

Esta subida de preços da alimentação associada à escalada mundial do preço do petróleo cria uma janela de oportunidade para que uma crise mundial se instale.
Fazendo um pouco de futurologia, e no pior cenário, poderemos estar perante uma escalada das famílias que têm dificuldade em alimentar os seus filhos; a um aumento das tensões sociais – paralisações sociais, greves, manifestações mais ou menos violentas; ao aumento do crime – considerando que roubar para comer apesar de licito, ainda é crime; ao aumento das prestações das casas não cobradas, e consequente execução das hipotecas pelos bancos, ou seja mais pessoas a não ter onde dormir; desemprego; etc, etc,
Viper168

1 comentário:

Júlio Santos disse...

Estou de acordo com o Viper. Os Governantes do nosso País, os que estão e os que quiserem vir a estar, têm, fatalmente, de abordar este tema.
Creio mesmo que vai ser o maior problema do nosso século.
Ouvi recentemente, no âmbito da campanha do “saco” para o Banco Alimentar que existem cerca de 50 entidades, das que ajudam os mais necessitados, a aguardar a sua vez para começarem a receber regularmente ajuda dessa instituição.
Não podemos ser nós, comuns cidadãos a acorrer, em regime de exclusividade a todas as necessidades da sociedade. Somos chamados a sustentar, através de impostos elevados, carreiras políticas e os seus luxos, somos a principal fonte dos imensos lucros dos bancos com as nossas dívidas e empréstimos e somos nós, através da solidariedade, a acorrer às necessidades mais básicas dos pobres.
Tem de existir, por parte dos responsáveis, um conjunto de políticas para combater a pobreza existente e politicas sustentada para que não apareçam mais.
Nenhum de nós está livre de ser apanhado por este flagelo. Estejamos pois atentos e reclamemos junto de quem de direito que tome as medidas adequadas para reduzir esta epidemia.